Integrantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos reuniram-se com o governador Cláudio Castro nesta quinta-feira (4) no Palácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio de Janeiro, para discutir violações de direitos humanos cometidas na Operação Contenção, que deixou 122 pessoas mortas na Penha, no final de outubro. Até sábado, a comissão também vai se encontrar com as famílias das vítimas e moradores que testemunharam a incursão. O chefe da comitiva, o mexicano José Luís Caballero, justificou que a presença no Brasil é necessária para direcionar o foco de investigação da comissão. “É uma operação que teve um nível de letalidade altíssimo. Essa é a nossa preocupação. A comissão quer entender tudo isso e apontar suas perspectivas”, diz.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos integra a Organização dos Estados Americanos com a função de promover e observar os direitos humanos na região. E já esteve em Brasília, onde se reuniu com o Conselho Nacional do Ministério Público. Ao final da visita, o órgão pretende entregar um informe com recomendações ao Brasil, propondo melhores práticas em ações policiais e cooperação técnica.
A ação policial na Penha, em 28 de outubro, buscava cumprir mandados contra chefes da facção criminosa Comando Vermelho e contou com mais de 2.000 agentes. Nesta semana, após terem sido flagrados cometendo crimes durante a operação, seis policiais militares foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Estadual. Eles obstruíram câmeras corporais, furtaram um fuzil, peças de carro e constrangeram moradores em suas casas.
*Com informações da Agência Brasil
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